sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

"D+11 pós QT"

Aos poucos aprendemos os códigos da TMO (ala de Transplante de Medula Óssea) do Hospital Celso Ramos. São 11 dias após a Quimioterapia, o último dos três mais complicados. Estou, porém, muito bem. Já visitei a Rosângela para desejar-lhe boa sorte (hoje ela colhe a medula para o transplante daqui a alguns meses), passei no meu quarto antigo para ver a Teresinha (que não está ainda bem, mas nós e Seu Toninho continuamos confiantes que tudo dará certo) e depois no quarto do Saul e Sidney. Aqui parece uma grande casa; todos se visitam o tempo todo, tem um cantinho para jogarmos canastra e quando um precisa, todos ajudam.
Ontem eu estava com desejo de comer rosquinha paulista. Na mesma hora, a Bea e o pai saíram para comprar. Comi, matei o desejo, e hoje a cozinheira perguntou se podia dar um pouco para o Saul (ele é cilíaco, não pode comer nada com glúten). Dei o pacote inteiro, já que o pai comprou um fardo (um fardo!) para mim. Com todo carinho, sei que o pai vai ficar muito feliz de saber que não só matou o meu desejo, como ajudou o Saul a engordar um pouquinho.

Hoje a enfermeira-chefe e a assistência social vieram dar uma notícia boa e outra ruim. A boa é que estou ótima, e a ruim, não preciso mais de acompanhante. Senti-me um pouco insegura, mas a enfermeira conversou comigo e sei que é o melhor para mim.
(pausa para depoimento da Ju: a mãe não se convence que eu devo ir. Eu também gostaria muito de ficar. Porém cada pessoa traz bactérias de fora aumentando o risco de contaminação. Como eu disse para mãe, se aqui fosse um consultório psicológico, todos os acompanhantes ficariam.. Mas é médico, e devemos pensar primeiro na saúde da mãe. Eu, a esposa do Saul, a mãe da Paulinha - garota de 17 anos- ficamos um pouco tristes. Mas devemos receber a notícia como um ótimo sinal de recuperação.)

A Tetê veio me visitar e ficou até a noite, no lugar da Ju. Às 8, a Bea assumiu o posto e dormiu ao meu lado.

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