Minha homenagem aos amigos, que tem sido fundamentais!

Amigas são irmãs, né? Então aqui vai minha homenagem a todas minhas queridas amigas, através desta amiga-irmã Ivete que amo tanto! Nem sei como explicar o sentimento. Sei que é bom demais. O carinho foi crescendo desde o primeiro momento que a vi. Reconheci nela imediatamente, algo bom. Nela se traduz a alegria, a disponibilidade por todos, um jeito bom de viver. Bem como está na foto (será que ela vai me matar???rs..)

Poucas pessoas se doam tanto. Nunca vi ela cuidando somente de si, sempre está em função do outro. Sempre. Mesmo quando convidada para um simples café, traz a padaria inteira. Vai tirando do carro tanta coisa que a gente morre de vergonha! E quando pergunto se posso tomar um café na sua casa? É melhor nem anunciar, seria melhor chegar quietinha. Náo daria tanto trabalho... Ela sempre se supera, faz o melhor... E nas artes? O quadro maravilhoso que fez para mim de aniversário? As tulipas vermelhas, amarelas e laranjas enfeitam meu quarto, meu cantinho onde estou vivendo (e viverei) nestes cem dias de reclusáo forçada...Trouxe um colorido maior para a minha vida neste momento duro, de tratamento.

Desde agosto do ano passado quando recebi o diagnóstico de leucemia, sei que chorou junto. Esqueci de dizer que ela é máe do Bira, marido da minha irmá e afilhada Tetê, pais da minha afilhada Ana Luísa e do Joáo Pedro. Eles moram de P.Alegre. Quando vêm para cá e ficam na casa dela, parece até que me mudo junto. Sinto tanto prazer em ficar ali! A companhia dela me faz táo bem...

E quando pedi para comer aquele camarão, feito por ela?

Lembram que chorei? Me chamaram de tola. Mas duvido que náo tenham chorado comigo! Fazia tempo que eu náo comia quase nada após uma internação prolongada e difícil, quando da coleta das células-troncos (?). Queria um camarão, já me bastaria. Ela fez um monte, um maior que o outro. Quando vi o banquete (o camaráo era a estrela da mesa, mas tinha tanta coisa mais!), lágrimas caíram devagarinho. Talvez ninguém tenha entendido. Mas eu me emociono cada vez que lembro. Eu andava táo mal, táo prá baixo, táo magrinha, sem apetite, sem vontade de nada. E aquilo tudo me trouxe de volta a alegria por uma comida, ainda mais uma que adoro e foi feita com tanto amor!

Pois é, querida amiga. És neste momento, a tradução de uma amiga. Como a Teresa, Sônia, Isabel, Regina, Catarina, Dina, Rosane e outras.

E meus irmáos? Como falar do César, da Vera, Isabel, Bea, Tetê? Fora os que me circundam diretamente, como meus pais (nossa, meus pais sáo santos, distribuem uma coisa boa só em suas passagens; poucos filhos terão tanto para dizer sobre seus pais). E meus filhos Rodrigo, Juliana e Nanda? E o Jorge? E mnhas primas irmás como a Rosângela, Mirinha, Lurdinha, Terezinha, Ondininha, Mônica? Ah, é muita gente para comemorar a vida nova que ganhei.

Bom, vou ficar por aqui. Minha homenagem hoje é para a Ivete. A mulher bela de um lugar encantado como a Lagoa da Conceição (ela conhece tudo de lá e diz que a Lagoa já foi bem melhor), daquele banquinho da frente de sua casa (que saudade!), da cozinha maravilhosa que fez com aquele fogáo a lenha especial, do pomar gostoso cheio de coisas boas (ah, antes de voltar para a quarta internação, a Ana e o Joáo me levaram uma cesta de frutas - quem me conhece sabe o tanto que amo frutas e que fico longe delas no hospital - com romã, jabuticabas, mamáo, uma fruta exótica que náo lembro do nome mas que é amarela com uma baita baga dentro, polpuda, maravilhosa! Frutas maravilhosas.

Lembro até que fiquei num dilema existencial grande quando vi a fruta amarela. Tava louca prá comê-la mas olhei para o meu pai, que me ensinou a gostar tanto de frutas. Fiquei pensando como ele gostaria também de comê-la. Só que ele já tem 83 anos. Faltam uns trinta para eu chegar lá, aproximadamente. Terei entáo mais trinta anos pela frente, no mínimo e poderei comer tanto! Depois deste grande dilema - rs..., dei correndo para ele que ficou admirando a fruta e falando muito sobre a vida. Ganhei o dia... Ele se emocionou, me emocionou e com certeza, quem o conhece, também vai se emocionar sabendo do que esta fruta gostosa (juro que vou lembrar o nome - eu e todo mundo daqui de casa que também está desmemoriado), suscitou!

Viu, Ivete? És mesmo uma amigona. Me fazes chorar, rir, reviver e querer viver mais. Simplesmente porque estás na minha vida...Obrigada, nega!

Ah, sabes o que me motivou a escrever hoje prá ti?

Simples: fui arrumar a minha super pasta azul onde tem todo o histórico, exames e relatórios médicos desde o tempo que começou toda a pesquisa sobre a fragilidade de minha saúde. Sabes o que encontrei minha querida amiga?

O resultado dos testes sobre compatibilidade para doação de medula óssea, dos meus irmáos comigo. Podem duvidar mas entre os irmáos relacionados, estavas tu Ivete!

Preciso dizer mais? Te amo, querida amiga. Tens mesmo um lugar especial no meu coraçao...Beijos...