segunda-feira, 28 de abril de 2008

Continuando...

Vocês nem imaginam, mas perdi mais ou menos uns quarenta e cinco minutos de redação. De repente, quando eu me despedia, tudo sumiu.

Hoje eu contava sobre o meu romance com o Jorge, que apareceu como um presente em minha vida. Fiz até aquela homenagem, singela para ele.

Depois, descrevi o papo que tive durante 34 minutos no celular com a Manu, filha da Dalva.

Juro que eu tinha contado mais detalhes, agora, devidamente cansadinha (podem acreditar, tudo isto demanda mesmo muita energia), resumirei pois quero compartilhar a alegria da conversa.

Conheci a Dalva após seu transplante, lá no TMO, na época que internei para fazer a coleta das células troncos. Fomos colegas de quarto (cada quarto, duas pacientes). Portanto, tivemos mesmo muita intimidade, 24 horas por dia, durante vários dias.

Uma pedaço de vida muito curto, uma passagem curta numa vida longa. Ela tinha um pouco mais de idade que eu, mas também muitas histórias emocionantes. Choramos, rimos, reclamamos de dores, do tratamento desgastante, fizemos fofocas (normais, duas mulheres juntas - mesmo acamadas, nao vao fofocar? rs..), ríamos de nós mesmas, de nossa condiçao. Mas sempre, muita esperança. Minha e dela...

Náo víamos a hora da visita, o quarto se iluminava, os papos corriam ainda mais soltos! Enfim, nunca duvidei de que formamos uma família que quer se encontrar sempre...

Portanto, digo novamente, a idade precoce dela ainda mexe muito comigo. Hoje até chorei de novo. Sei que náo devo. Mas as lágrimas brotam ...Logo sinto sua proteção e seu carinho, agora de uma nova dimensáo. E a alegria volta.

A Manu me garantiu que ela descansou. Precisava. Sofreu muito nos últimos dias com o tumor agressivo que voltou com tudo. Passou por uma traqueostomia (?) oito dias antes de partir, e mesmo assim, dizia que náo sofria. Que tudo estava bem! Mas, dedicada, a filha logo percebia quando a dor voltava e a morfina virou sua companheira. Ela náo permitia que sua máe sofresse. Náo necessitava, hoje há remédio prá tudo. Prá que sofrer? Certíssima, ela....

Pediu prá ser enterrada em Brasília, e seu desejo foi atendido. Conforme a filha,o enterro foi digno de sua máe, mais de quatrocentos amigos na despedida. Carros com fitinha preta, desfilando confirmando que ali seguia uma grande mulher.

Serena, protegida pela máe agora ainda mais protetora, me contava outros detalhes que me arrepiavam e confirmavam que eu vivi momentos ao lado de uma mulher especial! E assim, passo a ter um compromisso ainda maior com a vida. Prometemos algumas coisas lá no TMO e eu cumprirei por ela, além de mim...

Beijos, amiga. Mereces um descanso...

Meu amor, Jorge. Te amo. Teremos muita vida pela frente e estes desencontros atuais só estáo servindo para aumentar o que sentimos um pelo outro. Parabéns, querido.

Beijos a todos....



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