05/04 - 12* dia de internação

• Queridos amigos- Ao som de Israel Kamakawiwo'ole - Somewhere Over The Rainbow Lyrics, tenho vontade de contar minha história. Sou, literalmente, uma Letícia rejuvenecida. Mais esperançosa, feliz e iluminada.
  
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• O transplante foi feito rapidamente, sem intercorrências e sem muitas dores. Vou tentar descrever leigamente, como foi: Desde as primeiras horas do dia havia uma movimentação no quarto, com enfermeiros trazendo materiais e equipamentos diferentes, muito carinho de todos os lados, mensagens na net e no telefone, preocupações generalizadas (minhas principalmente), da família, amigos, e especialmente do Jorge. Eu estava preocupada com ele, afinal nem faz dois anos que ele recauchutou (?) seu coração.
  
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• Mas numa determinada hora, recebo uma ligação da Ju me dizendo que a família estava quase completa numa missa, as 12 horas, imaginem em qual igreja: Nossa Senhora do PARTO. Já que é para nascer de novo, tudo tem que começar bem. Com exceção da Tetê que mora em Porto Alegre, todos os irmáos, pais, quase todos os sobrinhos, tios e primos, e especialmente da Ju e da Nanda, representando o Rodrigo que estava em Criciúma. Ãs 18 horas, aconteceu outra missa, desta vez em Porto Alegre com a mesma presença maciça da família, e claro, da Tetê e família. A missa tinha duas intenções: por mim e pela Terezinha, prima, de Porto Alegre que está com ca de tireóide. Sua cirurgia também aconteceu ontem e também foi sem intercorrências. Vai tratar da coisa ruim e melhorar rapidinho, tenho fé e certeza. É mais fácil do que tratar leucemia, viu prima? Tenho o exemplo da grande amiga Sônia que tirou de letra o tratamento e agora só viaja para o Rio (deve ter encontrado um paquera por lá...rs..). E olha que fez a cirurgia em setembro p.p.
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• Voltando ao transplante: Alguns poucos minutos antes, veio a Nanda, que estava um pouco ausente por aqui por conta de uma faringite. Estava linda (como sempre) e aguardava o seu namorado Rodrigo que mais uma vez, queridamente, doava suas plaquetas para mim. Dois iluminados. Depois veio a Ju para me dar forças e me encontrar meio drogada...rs.. Ela assistiu a parafernália, com fiozinhos colados ao corpo, o monitor usado em UTI para controlar os sinais vitais, aquela quantidade de materiais, equipamentos e gente próximas a mim, o ritual normal de uma unidade especializada em TMO. Me beijou muito e desejou todas as boas energias especialmente depois da bela missa assistida por tantos queridos. Saiu e aguardou no corredor.
  
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• Começa o transplante: quem aplica as bolsinhas de medula é a Michelle, enfermeira do dia, auxiliada pela Marisa que tem o cronômetro na máo e fica com quinhentos olhos em cima de mim...rs.. O médico observa tudo, enquanto a medula (linda, rosada) é descongelada e rapidamente infundida em mim. Foram três bolsas. O que eu sentia? Apesar de estar tranquila, eu estava um pouco fora de mim. Nem articulava as palavras direito. Tinha que estar meio drogada e sonolenta. Mas a cada bolsa infundida, começava um caloráo danado e um vermelhidáo no corpo. Parecia que eu soltaria fumaças. Além disso, formigava tudo, um gosto horrível acontecia na boca, mas elas já tinham me dado um halls de cereja. Pigarros, tosses ra'pidas, tudo esperado. O coração disparava e a respiraçao ficava curta. "Vai passar, Letícia. Continua calma que está dando tudo certo"... Mas a sensação era estranha demais, quase mórbida. Mas durava pouco tempo (cada bolsa durou em torno de dois minutos).
  
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• Depois, dormi logo umas boas horas. logo depois que a Bea entrou e veio me ver renovada. Lembro vagamente dela por aqui, mas senti firme a presença dela e da Jú...
  
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• Acordei como se nada tivesse acontecido e já anunciei ao mundo que estava ótima. Obrigada meu Deus, por tudo! Obrigada a vcs que náo cansam de pedir por mim. Agora segue uma luta diária para esperar a cola da medula e o sucesso do TMO.
  
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• Náo tenho nenhuma dúvida que tudo acabará bem...beijos, todos...continuem rezando!